Combate à solidão reforçado pela GNR

Combate à solidão reforçado pela GNR

“O que eu quero é que venham cá muitas vezes. Não gosto de estar sozinha”, pede D. Carminho. A mulher de 82 anos, residente no Bairro da Emboladoura, em Gondar, concelho de Guimarães, é um dos idosos que a GNR tem vindo a visitar.
As visitas aos idosos que vivem sozinhos é uma das missões assumidas pela Secção de Programas Especiais do Destacamento Territorial de Guimarães no âmbito do programa ‘Idosos em Segurança’.

Os idosos são sinalizados pelas instituições locais ou constam do recenseamento sénior feito nos últimos dois anos pela GNR.
D. Carminho é um caso de isolamento devido às suas limitações físicas e habitacionais. É com alegria que recebe as guardas Cláudia Magalhães, Carla Fernandes e o responsável pela secção, cabo Lourenço Faria.

A visita da GNR é pretexto para conversar. D. Carminho relata o último internamento no hospital e, pela primeira vez, desabafa sobre as agruras que passou com os netos que com ela viviam, um deles toxicodependente que a maltratava. “Não tinha uma vizinha que viesse à minha casa porque tinham medo dele”, relata a octogenária.

A presença assídua da GNR acabou por ter um efeito dissuasor e os netos emigraram.
A articulação com o Serviço de Acção Social do Município de Guimarães e com o Centro Social Paroquial de Gondar permitiu levar a D. Carminho apoio domiciliário ao nível das refei-ções que era mais premente.
Agora, faz falta renovar a botija de oxigénio que acompanha diariamente a idosa e os milita-res da GNR comprometem-se a passar no centro de saúde.

Os militares não saem sem deixar alguns conselhos: “quando baterem à porta nunca abra sem saber se é alguém conhecido”, lembra a guarda Fernandes.
À excepção do neto mais novo, que a ajuda na lida da casa, os militares da GNR são as raras visitas que D. Carminho tem e prometem voltar.

Conforme as situações, a Secção de Programas Especiais do DTER de Guimarães - com quatro militares - tenta acompanhar com mais frequência, explica o cabo Lourenço Faria.
Por vezes, além de visitar os idosos, a GNR faz a ponte com os filhos e até medeia alguns conflitos familiares.

É o caso da D. Mariquinhas. Mal se aproxima do portão, o responsável pela Secção de Programas Especiais de Guimarães percebe que a mulher está triste e é com lágrimas nos olhos que esta ‘desfia o rosário’ sobre o que a aflige.
Com o marido acamado, D. Mariquinhas, de 76 anos, conta com a ajuda de uma vizinha para lhe “dar as voltas”, mas o filho não aceita esta situação.
O cabo Lourenço Faria promete falar com o filho num trabalho que mais que policial é, sobretudo, social, mas que permite amenizar os dramas quotidianos de quem vive só ou isolado.

 

Correio do Minho


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